Educação

A importância de se ensinar Línguas Estrangeiras segundo os PCNs

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), publicados em 1998, são diretrizes que norteiam a prática dos professores, estão disponíveis na página de internet do MEC e são divididos por etapas e por disciplinas. Na parte que concerne à disciplina de Línguas Estrangeiras, os PCNs deixam claro que, segundo a Lei de Diretrizes e Bases e na declaração universal dos direitos linguísticos, publicada pelo Centro internacional Escarré para minorias Étnicas e Nações (CIEMEN), a aprendizagem de uma língua estrangeira é um direito de todos, logo, a escola já não pode mais se omitir a essa aprendizagem.

 

O documento salienta que o ensino de uma LE seja fundamentado pela função social e do conhecimento prévio do idioma na sociedade brasileira. Ao se ensinar uma língua estrangeira, se proporciona ao aluno o uso de um idioma diferente e de toda a cultura que ele transmite. Através desse contato com o outro, o estudante aprende mais sobre si mesmo e sobre o mundo plural marcado por culturas diferentes e maneiras diversas de organização política e social, colaborando para sua formação política, crítica e cidadã.

 

Os PCNs também põem em discussão as condições encontradas nas salas de aulas: “carga horária reduzida, classes superlotadas, pouco domínio das habilidades orais por parte da maioria dos professores, material didático reduzido a giz e livro didático etc” que inviabilizam o ensino das quatro habilidades na LE. Logo, de acordo com o MEC, a atenção na leitura é justificada por ser o mais “realizável” nessas condições oferecidas. Porém, esclarece que “foco em leitura não exclui a possibilidade de haver espaços no programa para possibilitar a exposição do aluno à compreensão e memorização de letras de música, de certas frases feitas”.

 

Ao longo dos quatro anos finais do ensino fundamental, espera-se que o aluno tome consciência dos usos dos diversos conhecimentos a partir da LE (conhecimento sistêmico, de mundo e da organização textual), assim, ele terá sua capacidade crítica, sua linguagem, seus valores sociais e políticos desenvolvidos juntamente com sua desenvoltura para adquirir qualquer outra língua que seja. Em suma, os temas centrais a que se propõe este PCN estão todos baseados na cidadania, na consciência crítica em relação à linguagem e nos aspectos sociopolíticos da aprendizagem de Língua Estrangeira e de que forma podemos fazer uso da aprendizagem de línguas para se compreender, na escola, as várias maneiras de se viver a experiência humana.

 

A ação dos parâmetros curriculares nacionais na sala de aula está diretamente relacionada ao seu uso pelos professores e isso dependerá da compreensão que terão deste documento. É preciso que se invista na formação continuada desses que já estão na prática da sala de aula, como daqueles que estão em formação, de modo que possam compreender estes parâmetros e traduzi-los nas práticas de ensinar e aprender. Isso exige essencialmente o envolvimento do professor na reflexão sobre a sua prática em sala de aula.

 

É baseado nestes pilares que o MEC fundamenta o PCN de Língua Estrangeira, a fim de criar cidadãos críticos em relação à linguagem e à aspectos sociopolíticos da aprendizagem de uma segunda língua. “Portanto, ao ensinar uma língua estrangeira, é essencial uma compreensão teórica do que é a linguagem, tanto do ponto de vista dos conhecimentos necessários para usá-la quanto em relação ao uso que fazem desses conhecimentos para construir significados no mundo social”.

Maycon Miliorini