“A literatura existe através da linguagem, ou melhor, apesar da linguagem”. (Jorge Luis Borges). A literatura é a arte de se emocionar através das palavras. Palavras estas que são retiradas de seu lugar comum e transpostas em outras realidades subjetivas à mente humana. A literatura nos permite fugir da realidade, nem que seja por alguns minutos, para amenizar a dor do existir. “A literatura existe porque a vida não basta” (Fernando Pessoa).
Conscientes da importância artística da literatura para o ser humano, não a trabalhar em sala de aula é negar aos alunos a descoberta da sua própria subjetividade e sentenciá-los a uma vida mecanizada e engessada. A literatura, como muitas outras artes, torna-nos mais humanos e menos robôs ao nos fazer compreender a complexidade de nossa própria existência e não nos deixar banalizá-la.
Essa concepção vai em encontro do tipo de educação tecnicista que se encontra em demasia nas escolas brasileiras, nas quais os conhecimentos são fragmentados e só se forma com fins de atender ao mercado de trabalho. Diante disso, desenvolver a literatura em sala de aula é promover a omnilateralidade da educação ao integrar as dimensões da vida humana: trabalho, ciência e cultura. A literatura conversa com todas essas áreas e as coloca em sintonia, pois evite a fragmentação entre o mundo real e o subjetivo intelectual.
Nessa perspectiva, dentro da literatura há um gênero que instiga de todas as formas a expressão subjetiva humana: a poesia. Em um espaço em que temas envolvendo o pensamento crítico e a reflexão são condenados, a poesia é um ato de resistência. Trabalhar com esse tipo de literatura propicia diversos benefícios como o desenvolvimento da escrita, melhora no relacionamento com a própria literatura, compreensão das próprias emoções e fortalecimento da criatividade.
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